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dA crença no Pai e seu declínio: o desligamento nas psicoses atuais
Bindung e Abwendung
A instância paterna, enquanto instauradora da ordem simbólica e norteadora do diagnóstico estruturalista na clínica psicanalítica, está pautada em uma crença, em um mito. O mito de Édipo, por exemplo, é uma ficção, uma tentativa de dizer sobre o real da castração. Freud se dedicou às neuroses por atribuir a cura psicanalítica à eficácia da metáfora paterna, à construção simbólica de uma realidade fantasmática que é própria da constituição do sujeito neurótico, enquanto provedor da castração, provedor de uma falta e, possivelmente, criador de um mito enquanto construção de sentido sobre o real. O complexo de Édipo como instaurador da castração permite que as crianças perguntem sobre suas existências. Isso significa que, de certa forma, a impossibilidade de compreensão pode ser fantasiada pela construção de um sentido que, mesmo sendo faltoso, faz laço social.
A noção de laço, de vínculo (bindung) está presente nos estudos de Freud sobre o processo de identificação nos grupos (1921), mais especificamente, em seus estudos sobre o papel que o líder exerce sobre os outros indivíduos de uma instituição como, por exemplo, a Igreja ou o Exército. O líder, aqui, assume o estatuto de pai, de um ideal que mantém os indivíduos do grupo minimamente unidos. O laço que une cada indivíduo ao pai é o mesmo laço que une uns aos outros, a partir da ilusão de que o líder ama a todos os indivíduos do grupo igualitariamente. O laço, para Freud, é estudado pelo viés da libido: cada grupo se constitui a partir de uma estrutura libidinal.
Os laços estabelecidos entre os homens são sempre carregados de sentimento, de emoção. As pessoas se ligam umas às outras não somente positivamente, ou seja, pelo amor. É próprio da estrutura do laço libidinal a presença de um "sedimento de aversão e hostilidade, o qual só escapa à percepção em consequência da representação" (Freud, 1921/1969, p. 129). Freud retoma a metáfora dos porcos-espinhos, de Schopenhauer. Trata-se de um grupo de porcos-espinhos que, em um dia de frio extremo, precisaram se aproximar uns dos outros para se aquecerem, evitando, assim, a morte por congelamento. Logo, porém, passaram a se machucar com seus espinhos e tiveram que se distanciar novamente. Os porcos-espinhos tiveram que aprender a distância exata que poderia existir entre eles: nem tão longe que morressem de frio, e nem tão perto que se machucassem.
A metáfora de Schopenhauer só não é perfeitamente adequada aos homens porque os animais, como afirmou Lacan, têm uma vida muito menos complicada que a nossa. Isso
porque o animal dito irracional só estabelece relação com o outro quando precisa comer ou procriar. No homem, não há nada que se adapte na relação com seu semelhante.
Essa imagem em volta da qual nós, psicanalistas, nos deslocamos, apresenta, quer se trate das neuroses ou das perversões, uma espécie de fragmentação, de explosão, de despedaçamento, de inadaptação, de inadequação. Há aí como que um jogo de esconde-esconde entre a imagem e seu objeto normal – se é que adotamos o ideal de uma norma no funcionamento da sexualidade (Lacan, 1954/1983, p. 162).
O mal estar é inerente à própria constituição humana. Há uma dimensão da angústia que é constituinte. O sofrimento humano provém, também, da convivência com outros humanos. Em "O mal estar na civilização" (1930), Freud aponta três fontes de sofrimento para o homem: o próprio corpo, que está condenado à decadência e à dissolução; o mundo externo, sobre o qual o homem não possui nenhum controle ou certeza; e, por fim, a relação entre os homens, vista por Freud como sendo a mais penosa das fontes de sofrimento. Essas constatações freudianas denunciam a insuficiência da ligação simbólica, do elo estabelecido entre os homens. Destarte, questionamos qual seria eficácia da função simbólica, já que, mesmo no vínculo com o outro por intermédio do simbólico, aparece sempre um mal-estar, um desencontro.
Para Freud, o princípio do prazer decidiria o propósito da vida, "ainda que o seu programa encontre um desacordo com o mundo inteiro, tanto com o macrocosmo quanto com o microcosmo" (Freud, 1930/1974, p.95). Freud prossegue em seu comentário, enfatizando não haver possibilidade alguma de o programa do princípio do prazer ser executado, uma vez que todas as normas do universo lhe são contrárias. Se um dos caminhos apregoado por sábios e escolásticos seria evitar a dor, ao invés de buscar o prazer, existem também outros modos de satisfação possíveis, que se apresentam de forma irrestrita. Isso significa, segundo Freud, tentar "colocar o gozo antes da cautela, acarretando logo o seu próprio castigo" (Freud, 1930/1974, p. 96). Alguns desses métodos para se buscar o prazer "são extremados; outros, moderados; alguns são unilaterais. Outros atacam o problema, simultaneamente, em diversos pontos" (Freud, 1930/1974, p. 96).
Se a relação entre os homens é fonte de sofrimento, a defesa mais imediata é o isolamento voluntário, ou seja, manter-se à distância das outras pessoas. "Contra o terrível mundo externo, só podemos defender-nos por algum tipo de afastamento (Abwendung) dele, se pretendermos solucionar a tarefa por nós mesmos" (Freud, 1930/1974, p.96). O afastamento, o desligamento, seria, portanto, um modo de defesa, uma solução para lidar com a falha simbólica na relação entre as pessoas. Em casos extremos, o desligamento pode ser
mais radical, como nos lembrou Freud, ao trazer a figura do louco eremita. Para ele, a realidade apresenta-se como a única inimiga, fonte de todo o sofrimento, "com a qual é impossível viver, de maneira que, se quisermos ser de algum modo felizes, temos de romper todas as relações com ela. O eremita rejeita o mundo e não quer saber de tratar com ele" (Freud, 1930/1974, p.100). O desligamento (Abwendung), portanto, pode se apresentar como uma defesa eficaz contra o mundo externo e, em alguns casos, por que não, contra a própria realidade.
Esse termo pode ser desmembrado em duas outras palavras: abwehr e bindung. Abwehr significa defesa, termo que foi utilizado por Freud diversas vezes e que, inclusive, integra o título do trabalho das neuropsicoses de defesa. Freud utiliza esse termo em um contexto de equilíbrio dinâmico, atribuindo a ele a função de manter determinadas ameaças afastadas da consciência. Já o termo bindung, que pode ser traduzido como ligação ou vínculo, é etimologicamente derivado da raiz indo-europeia bhendh, que significa atar, fixar, amarrar, ligar1. Nesta pesquisa, trabalhamos com o termo bindung pelo viés do laço, do vínculo, acepção trazida por Freud em seu trabalho "Psicologia de grupo e a análise do ego" (1921). Em suma, se tomarmos a Abwendung como composição desses dois termos, teríamos, na perspectiva freudiana, algo do tipo: "defesa contra o vínculo".
Em outros momentos da obra de Freud, o termo Abwendung foi traduzido como "desvio de interesse", referindo-se ao desvio da libido, isto é, à retirada da libido nos objetos e ao seu retorno ao próprio eu, como já havia pontuado Freud nos estudos sobre o narcisismo (1914). Nesse contexto, o desligamento pode ser concebido como o modo de apresentação subjetiva própria do quadro que Freud nomeou de parafrenia. Isso não significa que o desligamento, o desinvestimento libidinal, não possa ocorrer em uma neurose. Sobre esse ponto, Lacan fez questão de enfatizar que o desligamento da libido na neurose pode ser entendido, em Freud, a partir do termo entfernung. Trata-se de um mecanismo de afastamento do narcisismo primário por meio do deslocamento da libido para um ideal do eu.
Diferentemente da entfernung, a Abwendung não pode ser caracterizada como deslocamento da libido. A palavra Abwendung foi mencionada certa vez por Freud, em 1926, e traduzida como afastamento, referindo-se à retirada da libido como defesa ao início do processo de desprazer psíquico. Segundo Freud, esse desprazer estaria ligado a uma perturbação da função sexual presente no mecanismo de inibição que é típico, por exemplo, de uma impotência sexual masculina. A inibição sexual pode se apresentar de diversas maneiras, seja na condição de uma inibição simples, seja sob a forma de uma fobia, ou mesmo
1 Ver em "Dicionário comentado do Alemão de Freud" (Hanns, 1996).
como estado psicótico, caracterizado por uma recusa de comer respaldada, por exemplo, na ideia delirante de envenenamento.
Então, qual seria a diferença entre o desligamento na neurose e na psicose? Para Freud, o desligamento na neurose não se estabelece por completo, uma vez que o sujeito neurótico mantém algo do vínculo afetivo com as pessoas e com as coisas por meio da fantasia. Poderíamos afirmar, portanto, que não existe fantasia na psicose?
A fantasia na psicose: Schreber e Homem dos lobos
Freud introduz a noção de desligamento no caso do Homem dos Lobos a partir do mecanismo da fantasia, pelo qual o neurótico mantém sua relação com os objetos de interesse quando há desinvestimento da libido. Ele atribui essa dificuldade à neurose, de maneira geral. O autor destaca que os neuróticos têm como característica prejudicial a tendência a "desviar seu interesse do presente e vinculá-lo a esses substitutos regressivos, os produtos da sua imaginação" (Freud, 1918/1976, p. 69). A recomendação de Freud é que o analista siga a trilha desse desvio e busque trazer à consciência esses produtos inconscientes. A noção de desvio de interesse, traduzida também como fuga da realidade, está presente no caso do Homem dos Lobos, a partir do que Freud denominou de fantasia regressiva. Antes de elucidar esse ponto no caso do Homem dos Lobos, vejamos como a noção de desligamento aparece em Freud nesse momento:
O desvio (Abwendung) de interesse, das incumbências da vida real, a existência de fantasias na qualidade de substitutos de ações não realizadas, a tendência regressiva que se expressa nesses produtos – regressiva em mais de um sentido, na medida em que estão envolvidos simultaneamente um recuo diante da vida e um retorno ao passado –, todas essas coisas se confirmam, são regularmente confirmadas pela análise (Freud, 1918/1976, p. 72-73).
Mas, será que o estatuto da fantasia, nesse caso, estaria em conformidade com a neurose? Freud afirma que a fantasia é uma estrutura duvidosa, que "aponta um caminho para a libido que se retrai diante da vida e que torna possível compreender de outro modo a inexplicável regressão à infância" (Freud, 1918/1976, p. 74).
Na demência precoce, a prevalência da fixação pulsional no eu se dá de forma radical, não podendo ser mantida na fantasia. Para Freud, "quando essa substituição ocorre nas parafrenias, parece tratar-se de algo secundário e fazer parte de uma tentativa de cura que busca reconduzir a libido de volta aos objetos" (Freud, 1914/2004, p. 98). No Homem dos Lobos, há um ponto de fixidez da libido, conforme descreve Freud:
(...) nenhuma posição da libido que fora antes estabelecida era, jamais, completamente substituída por uma posterior. Era antes deixada em coexistência com todas as outras e isso permitia-lhe manter uma vacilação incessante, que se mostrou incompatível com a aquisição de um caráter estável (Freud, 1918/1976, p. 41).
Algo dessa fantasia se torna inoperante, no que se refere ao modo como o sujeito mantém seus vínculos afetivos. Essa dificuldade incide justamente sobre a recusa desse sujeito em abandonar (aufgeben) cada posição da libido por ele alcançada, que era, "a princípio, obstinadamente defendida por ele contra o novo desenvolvimento" (Freud, 1918/1976, p. 39). Parecia haver nesse sujeito uma fixação da libido particularmente aderida ao objeto, tal como concebeu Freud acerca do narcisismo. Portanto, não é que não exista fantasia na psicose, mas é que ela não é suficiente para construir o estofo ou "estojo" do sujeito2. Em outras palavras, a fantasia, na psicose, não opera como na neurose; ela se apresenta de forma frágil e imaginária, incapaz de conectar o sintoma à sua representação psíquica. Outra característica do narcisismo na psicose, além do desvio de interesse, seria o delírio de grandeza, noção que pode ser exemplificada a partir do caso de Schreber:
O que repugnava ao narcisismo do dito presidente era a adoção de uma posição feminina para com o pai, a qual implicava a castração. Aí está alguém que acha melhor se satisfazer numa relação fundada no delírio de grandeza, a saber, que a castração não lhe faz mais nada a partir do momento em que seu parceiro é Deus (Lacan, 1956/1985, p. 107).
Tal como Schreber, o Homem dos Lobos adotava uma posição passiva com relação ao pai até sua adolescência, quando rompeu de vez os laços com ele. Entretanto, diferentemente de Schreber, no Homem dos Lobos, não houve desencadeamento da psicose, processo que seria marcado pelo despedaçamento do espelho que constitui a barreira especular na relação imaginária. Embora Freud tenha tratado o Homem dos Lobos como neurótico, muitos autores discordaram desse diagnóstico. Se tomarmos a noção de narcisismo e psicose, podemos atribuir no caso do Homem dos Lobos a partir da primeira característica do narcisismo proposta por Freud, ou seja, o desvio de interesse da libido objetal, o desligamento. Nesse caso, o narcisismo como identificação ao pai serve de suporte para a constituição da neurose do paciente. O narcisismo em Schreber, por seu turno, anuncia a dissolução imaginária colmatada pelo delírio de grandeza de cunho místico-religioso, revelando o surgimento de uma psicose claramente desencadeada.
2 Ver em Maleval: "Sobre a fantasia no sujeito psicótico: de sua carência e seus substitutos", 2009
A dimensão da fantasia em Schreber antecede o desencadeamento da psicose. A fantasia, aqui, aparece no momento que Lacan denominou de "período de incubação" da segunda enfermidade do presidente Schreber e pode ser compreendida a partir dos seguintes dizeres: "Seria belo ser uma mulher na hora da copulação" (Lacan, 1957-1958/1998, p. 572). O momento de incubação do adoecimento psíquico é marcado pelo silêncio das manifestações produtivas nos sujeitos psicóticos. Essa indicação aproxima a noção de desligamento ao estatuto da fantasia, quando tomada em sua vertente autoerótica, ou melhor, autista, fora do laço. A retração dos sintomas produtivos de uma psicose, delimitada temporalmente como anterior ao desencadeamento, é marcada pelo atravessamento de algum elemento fantasmático que é localizado pelo sujeito, e isso é o que mais se assemelha à sintomatologia do sujeito neurótico, conforme postulou Lacan, em 1956.
Esse hiato − o emudecimento que antecede o desencadeamento da psicose − é marcado pela suspensão ou trema, termo utilizado pela psiquiatria em analogia ao teatro para designar a sensação do artista que está prestes a subir ao palco, exatamente no momento que antecede sua entrada em cena. O descortinamento, entendido aqui como desencadeamento, torna a cena ainda mais espetacular, aproximando-se mais do teatro da apresentação da crueldade, defendido por Artaud, do que da representação tal como ocorre no teatro elisabetano, em que há uma quarta parede3, uma barreira que estabelece uma distância e que media a relação do ator com o expectador. Na psicose "descortinada", revela-se a dimensão crua e pestífera do real, "um ruído onde tudo se pode ouvir, e prestes a submergir com seus estrondos o que o princípio de realidade constrói nele sob o nome de mundo externo" (Lacan, 1966/1998, p. 390).
O psiquiatra Karl Jaspers, por seu turno, nomeou de "sentimento da falta de sentimento" o fenômeno que ocorre não somente em "psicopatas periódicos" ou em depressivos, mas também no início de todos os processos de adoecimento psíquico e, portanto, nos estados pré-psicóticos. Podemos caracterizar esse fenômeno como uma indiferença, um sentimento de nada sentir. Tais sujeitos "sentem-se vazios, mortos, ocos, já não possuem alegria de viver" (Jaspers, 1946/1987, p. 136). Segundo Jaspers, a angústia que pensam não sentir pode ser reconhecida nos sintomas corpóreos. O retorno da falta de sentimento na forma de sintoma no corpo lembra a citação de Lacan acerca do autoerotismo, caracterizado como "desordem dos pequenos a que ainda não se cogita ter ou não ter" (Lacan, 1963/2005, p. 132). Trata-se, segundo Lacan, de "sentir falta de si", no sentido de que "não é 3A quarta parede seria uma espécie de parede imaginária, em que os atores contracenam somente entre eles, evitando o contato com o espectador.
do mundo externo que sentimos falta, como há quem o expresse impropriamente, mas de nós mesmos" (Lacan, 1963/2005, p. 132).
O fenômeno de sentimento da falta de sentimento em Jaspers se aproxima do conceito de angústia em Lacan, descrita como "um fenômeno de borda, um sinal que se produz no limite do eu (moi), quando este é ameaçado por alguma coisa que não deve aparecer" (Lacan, 1963/2005, p. 133). O fenômeno de borda foi retomado nesta pesquisa na perspectiva de uma sintomatologia típica dos estados pré-psicóticos, o que indicaria algo de um funcionamento do aparelho autístico do gozo nesses sujeitos. O sentimento da falta de sentimento, caracterizado por Jaspers como um vazio, assemelha-se ao que Lacan localizou como sendo uma desordem na junção mais íntima do sentimento de vida do sujeito. Miller retomou precisamente essa frase para localizar a psicose ordinária, ou seja, a psicose ainda não desencadeada.
Do "Um-Pai" ao autismo do gozo na clinica das psicoses
Quase uma década após a publicação do caso do Homem dos Lobos, no importante trabalho "Inibições, Sintomas e Ansiedade" (1926), Freud equivale, em alguma medida, as neuroses obsessivas à paranoia. Em ambos os quadros, os sintomas tornam-se bastante valiosos para o eu, gerando uma satisfação narcísica: "Os sistemas que o neurótico obsessivo constrói lisonjeiam seu amor próprio, fazendo-o sentir que ele é melhor que outras pessoas, porque é especialmente limpo ou especialmente consciencioso" (Freud, 1926-1925/1976, p. 121).
Notemos que Freud sempre esteve atento para não se precipitar com relação à diferenciação diagnóstica, usando termos tão genéricos e às vezes tão abstratos como as noções de narcisismo e de autoerotismo, como se fossem privilégio desta ou daquela estrutura. Em alguns momentos da obra de Freud, notamos que certos fenômenos ou mesmo certos operadores que pareceriam indicar uma psicose estão presentes em outros tipos clínicos. Muitas vezes, inclusive, estão em conformidade com o estatuto do sujeito em si e, novamente, independem da estrutura clínica. Nesse sentido, Lacan também segue Freud. Alguns exemplos colocam essa questão em evidência: se o eu é essencialmente paranoico, se toda imagem é fragmentada, se toda pulsão é pulsão de morte, e se todo gozo é autístico, seria a psicose − e não a neurose − o paradigma para se pensar psicanálise?
Essa questão se confronta com a crença no pai edipiano, de Freud, e com a noção de Nome-do-Pai, postulada por Lacan em seu primeiro ensino, como instância instauradora da lei simbólica que rege as relações entre os homens. Em outro momento de seu ensino, no final de
sua vida, Lacan recorreu aos nós para equivaler os três registros (real, simbólico e imaginário), desfazendo a supremacia do simbólico em detrimento dos demais registros e visando mais o modo como esses registros se amarram do que o ponto em que o simbólico opera ou não para determinado sujeito.
O Nome-do-Pai como instaurador da ordem simbólica e norteador do que seria distinguível entre as estruturas clínicas equivale ao sintoma (Ʃ ≡ NP), conforme concebeu Miller (1998). Para ele, essa fórmula é "um princípio cardeal da clínica borromeana" (Miller, 1998, p. 106). Não importa, portanto, como se enodam os registros, eles "são apenas maneiras de aparelhar a equivalência sintoma – Nome-do-Pai" (Miller, 1998, p. 106). Isso significa que um sintoma pode assumir a função de Nome-do-Pai.
Adiante, Miller articula o efeito do Nome-do-Pai à significação fálica, o que não quer dizer que possamos nos esquecer de sua significação libidinal. O Nome-do-Pai é como um rastreador da libido: localiza o que pode ser representado do gozo do sujeito e a parte do objeto a que aparece em termos de significação. Aqui, o Nome-do-Pai serve como suplência, como ponto capitonê. Será que poderíamos conceber a regressão narcísica da libido, sua desobjetalização, como modo de fixação, no sentido de grampeamento do sintoma no corpo do sujeito passível de ser decifrado? A orientação crescente da clínica inclui o real da significação a partir do aparelhamento do gozo e os arranjos singulares que o sujeito faz. Trata-se, portanto, de uma clínica continuísta, que considera a psicose a partir do estado estável do delírio organizado, e não necessariamente a partir do desencadeamento.
O desencadeamento é o momento de concluir, parte de uma lógica temporal sincrônica do encontro com Um-pai. Esse termo, Um-pai, foi utilizado por Lacan para designar "nada mais nada menos que um pai real, não forçosamente, em absoluto, o pai do sujeito, mas Um-pai" (Lacan, 1958/1998, p. 584). Em uma psicose desencadeada, esse Um-pai "vem em um lugar onde o sujeito não pôde chamá-lo antes" (Lacan, 1958/1998, p. 584) e pode ser localizado no início da psicose, a partir de uma situação específica na conjuntura dramática da história de vida do sujeito. Os efeitos avassaladores desse encontro com Um-pai revelam que toda a significação fálica parece ter sido abolida no momento em que o sujeito se depara com o gozo do Outro. O sujeito fica impedido de simbolizar e de encontrar algum modo de subjetivação para que possa lidar com os abismos dos fenômenos elementares que se apresentam pela defasagem do simbólico.
As alucinações verbais, os transtornos de linguagem e da palavra, o automatismo mental, são todos fenômenos relativos à concepção de descontinuidade na clínica, a partir da presença ou da ausência do Nome-do-Pai. Essas manifestações ruidosas de uma psicose
classicamente desencadeada, que encontramos nitidamente em Schreber, referem-se aos fenômenos de P0, ou seja, que aparecem em função da falta da função paterna como legisladora, instauradora da ordem simbólica.
No texto "Efeito de retorno sobre as psicoses ordinárias" (2012), Miller retoma a noção de Nome-do-Pai e reduz esse significante à palavra francesa père, como um elemento a mais (+) que produz um menos (-), um gozo menos. Trata-se, aqui, de uma extração do gozo imaginário, evacuado pelo simbólico. "Nos termos do falo, temos de um lado, o falo completo (Φ) e, do outro, o menos-phi (-φ), que significa "castração", termo freudiano para essa subtração de gozo (-J)" (Miller, 2012, p. 407). Essa citação pode ser representada a partir do seguinte esquema:
+NP Φ
-J (-φ)
O que encontramos no caso do Homem dos Lobos não são os distúrbios de linguagem, mas sim a predominância do campo do imaginário, sem que haja o encontro com Um-Pai. Nota-se, aqui, a incredulidade do Outro, em termos de díade pai-filho, não de triangulação edipiana. Os sintomas dessa psicose referem-se ao Φ0 , ou seja, não é perceptível os efeitos de uma foraclusão do Nome-do-Pai, mas de foraclusão fálica e que aparece, doravante, no real. O Φ0 pode se apresentar em uma psicose sem que haja indícios de P0. Os distúrbios da ordem Φ0 se apresentam no sujeito a partir de ideias vinculadas à sexualidade e ao corpo, disfunções corporais e até mesmo eclosão de certos fenômenos elementares que obedecem a uma temporalidade diferente da que ocorre no encontro de Um-Pai. Destacam-se aqui, em especial, a mania, a melancolia, a erotomania e o autismo infantil.
Vale ressaltar a importância do quadro do autismo para esta pesquisa. O autismo foi aqui descrito como índice primário da esquizofrenia simples, conforme a classificação de Bleuler4. Podemos fazer algumas inflexões sobre esse termo. Bleuler serviu-se do autoerotismo freudiano para chegar ao autismo. O autismo seria o autoerotismo sem eros, que podemos destacar da seguinte maneira: auto (-eros) ismo. Sabemos o quanto é difícil delimitar o conceito de autismo. Alguns psicanalistas, inclusive, consideram o autismo fora da estrutura psicótica, ponto que gera muita discussão. Se tomarmos a noção de autismo para Bleuler, veremos que essa forma clínica está em conformidade com a estrutura psicótica, mais especificamente, à esquizofrenia. Percebemos, nesses sujeitos, a dimensão negativa do laço
4 Bleuler, E. (1960). Demencia Precoz: El grupo de las esquizofrenias.
social, marcado pela tentativa de excluir o Outro invasor, como se o sujeito construísse para si uma bolha que o mantivesse à margem do laço.
Os fenômenos de franja, também chamados de fenômenos de borda – murmúrios e gargalhadas sem conteúdo semântico – estão presentes nos estados pré-psicóticos e também em certos autismos. Parece-nos que esses fenômenos denunciam algo da ordem do desligamento ao Outro. O mutismo e a ecolalia poderiam exemplificar o uso que o autista faz da língua, à serviço de um gozo solitário da voz, de tal forma que ela possui pouco valor de comunicação. O autista não se apoia em seus sentimentos ao dizer. É como se esses sujeitos tivessem uma dificuldade para tomar a posição de enunciadores, já que a fala não está atrelada o gozo vocal que expressa a dimensão afetiva daquilo que se está falando.
Essa característica comumente apresentada pelo sujeito autista denuncia, de certa forma, marcas do mundo em que vivemos hoje. O desligamento (Abwendung) é uma evitação do encontro com o outro sexo. É, antes, conforme Freud concebeu em O mal-estar na civilização, uma técnica de satisfação em que se coloca o gozo antes da cautela. Estamos na época dos gadgets, que, à serviço da tecnologia, facilitam a exclusão do laço e o empuxo ao gozo solitário. O autismo é generalizado e é próprio do aparelho de linguagem. Trata-se do que Miller chamou de monólogo da aparola. Ele enfatiza, a partir desse neologismo, a prevalência da fala como algo fora do campo da comunicação. Diferentemente da estrutura de linguagem, o aparelho da lalangue confere à palavra a falta de sentido, reduzindo-a a um autismo do gozo. A formulação milleriana é uma leitura do próprio percurso de Lacan que, a partir de certo momento, deslocou a formulação psicanalítica das estruturas para privilegiar a topologia dos nós.
Lacan se utiliza das figuras topológicas e do matema por haver uma oposição entre estrutura e sujeito. Não se poderia enquadrar o sujeito em uma estrutura clínica, já que haveria algo em sua constituição subjetiva que eliminaria a possibilidade de ele ser classificado como semelhante a outro, a partir de um significante prévio que os nomeasse como pertencentes ao mesmo grupo. A psicanálise lida com o singular do sinthoma e é preciso localizá-lo a partir de outros registros, além do simbólico. O autismo do gozo poderia ser efeito disso que se chama de desordem no real, no sentido de que os modos de subjetivação na contemporaneidade colocam em relevo a insuficiência de uma teoria baseada apenas na própria noção de estrutura.
Essa desordem é própria de nossa época e sua incidência concerne a todos. Daí a dificuldade em se estabelecer uma clínica diferencial entre a psicose e a neurose. O autismo
presente no monólogo desse aparelho5 que serve para gozar indicaria a ineficácia da concepção estruturalista, pautada na ordem simbólica. Se a língua não serve para o diálogo, a própria noção de estrutura de linguagem desmorona-se, destituindo-a como aparato simbólico que visa um modo de estruturação. Se há desordem no real, seria a psicose o modelo de referência a ser adotado para se estabelecer o diagnóstico em psicanálise na atualidade?
A função do desligamento nas psicoses atuais Lacan fez menção a essa desordem em seu texto "Sobre uma questão preliminar" (1958). Segundo ele, encontramos "uma desordem provocada na junção mais íntima do sentimento de vida no sujeito" (Lacan, 1957/1958, p. 565). Miller capta essa frase de Lacan e a utiliza para elaborar a noção de psicose ordinária. Essa desordem se apresentaria no modo como o sujeito se relaciona com o mundo, com o corpo e com as ideias. Deve ser entendida como pontos de externalidades: social; corporal; subjetiva. A externalidade social, por exemplo, refere-se a certo tipo de resposta do psicótico à realidade, pela estranheza como o sujeito lida com o mundo que o cerca.
Nos psicóticos ordinários, observa-se o que Miller chama de "relação negativa do sujeito com sua identificação social" (Miller, 2012, p. 412). Trata-se de casos em que o sujeito parece estar desajustado na sociedade e se desliga das funções sociais. Ao se desconectar, o sujeito vive em um vazio, "espécie de fosso que constitui misteriosamente uma barreira invisível" (Miller, 2012, p. 412). Para Miller, essa característica de desconexão é comumente encontrada na esquizofrenia. Esse modo milleriano de conceber a psicose se assemelha à construção de Freud, no texto "À Guisa de Introdução ao Narcisismo", ao caracterizar o desligamento da libido na parafrenia, assim como lembra-nos também, a noção de esquizofrenia simples estudada por Bleuler.
O que orienta a clínica das ditas psicoses ordinárias é a tentativa de identificar o que no sujeito faz "desligamento" em relação ao Outro. Se conseguirmos localizar os pontos de desligamento do sujeito ao Outro, conseguiremos rastrear o ponto em que a libido do sujeito antes se ligava, permitindo conduzir o tratamento a partir de um eventual "religamento". "Essa noção, estritamente empírica, pode, portanto, revelar-se operatória para a direção do tratamento" (Castanet, H. & Georges, P., 2012, p. 22). Miller fez uso do termo desligamento na psicose como relativo ao neo-desencadeamento, pois aquilo de que o sujeito psicótico se desliga é da injunção paterna; ele se desliga do outro sexo.
5 Ver em "Monólogo de la apalabra" (Miller, 1996/2012, pp. 139-159).
Por fim, o desligamento do Outro na psicose se refere à soltura do grampo que outrora ligava os registros. Precisamos estar atentos ao funcionamento dinâmico dos momentos de desenlace e averiguar como tais laços podem se religar, algo que pode operar ou não a partir de uma perspectiva diacrônica, de ligamento e religamento. Propusemo-nos, na presente pesquisa, ir mais além e procurar no mecanismo de desligamento o que é intransponível para o sujeito, o que se apresenta como irredutível do sintoma. Nossa hipótese é de que o desligamento na psicose remete a um ponto fixo prevalente. No caso do Homem dos Lobos, isso fica claro nos momentos em que o sujeito parece não deslocar certos pontos de impasse na relação com o pai, o que se reflete no laço transferencial. Na neurose, entretanto, o desligamento parece comportar certa mobilidade, implica em um movimento de deslocamento próprio do funcionamento simbólico. Na psicose, o desligamento equivale ao apagamento e podemos pensá-lo a partir da teoria da libido de Freud. O ponto fixo prevalente e que sempre, por isso mesmo, retorna, é o real, que produz obstáculos em qualquer processo de simbolização.
No caso de uma psicose desencadeada, no encontro com Um-Pai, o que não apareceu no simbólico retorna no real. A partir dessa descrição, localizamos o desencadeamento como desfecho de uma psicose e o desligamento como modo de apresentação do sujeito psicótico em um momento anterior ao desencadeamento. Quando se trata de uma psicose, a libido sexual que foi desinvestida, desligada, ao ser reconduzida novamente aos objetos, apresenta-se de forma delirante, como tentativa de restituição do eu.
Na clínica da psicose, é fundamental localizar o ponto de desencadeamento. Se o tratamento do psicótico visa sua estabilização, em última instância, quando localizamos o desencadeamento, sabemos qual o ponto nevrálgico do sujeito, em que situação ele corre perigo. Entretanto, não nos parece ser clinicamente efetivo esperar que o sujeito desencadeie uma psicose para inferirmos que houve desligamento. Devemos apreender o desligamento como um modo de defesa, como uma diretiva clínica importante para o tratamento desses sujeitos: a de fazê-los tomar distância do ponto de desencadeamento, a partir de um bom uso do desligamento. É nesse sentido que o desligamento funciona como bússola na psicose. O analista deve, conforme mencionamos, fazer um rastreamento da libido do sujeito para localizar esses pontos de desligamento, antes mesmo de o processo culminar em um desencadeamento.
Para concluir, é preciso dizer que, muito embora os modos de apresentação subjetiva tenham sofrido modificações decorrentes de mudanças culturais − pela qual a própria psicanálise é responsável −, isso não quer dizer que exista caso datado. A clínica psicanalítica
sempre será atual e a teoria irá acompanhá-la, modificando-a, é claro, mas mantendo sempre a ética da singularidade. Ademais, Freud sempre será atual. A cada novo encontro com sua leitura, deparamo-nos com achados que foram extremamente valiosos e arrojados para nossa discussão. No encontro com a literatura psicanalítica clássica, encontramos o novo. As neuroses mistas, a esquizofrenia simples, a neurose narcísica e as psicoses ordinárias mostram que o que se repete na clínica é sempre a surpresa. E é isso que faz da psicanálise uma fonte riquíssima e inesgotável. Cabe a nós fazermos como Freud e rastrear a libido, considerando sempre seu "efeito retorno".
Podemos fazer uma analogia entre o desligamento do Outro na psicose e o dispositivo de desligamento automático de uma usina hidroelétrica, que se dá como forma de evitar um "apagão". Trata-se de um corte preventivo de carga feito pelo operador para evitar um desligamento de maiores proporções. Isso ocorre por um problema energético, quando, por exemplo, há uma queda da frequência com que giram as turbinas da usina. Se tomarmos o aparelho psíquico como um operador de usina, podemos inferir que os pontos de desligamento são como uma desconexão entre a libido narcísica e a libido objetal, ou seja, uma queda na capacidade do sujeito de se ligar ao Outro.
Essa analogia nos leva a inferir, portanto, que a disjunção da libido no sujeito psicótico anuncia que o apagão já está aí, presente nos sucessivos desligamentos. O que devemos evitar é que o "estrago" seja ainda maior. Em outras palavras, o desencadeamento, como correlativo ao apagão, ocorre quando há uma falha no desligamento como prevenção de uma queda brusca de energia. Quando o desligamento é inoperante e há um desencadeamento, o sujeito passa, a partir de então, a ter menos recursos simbólicos para voltar a se ligar ao Outro. Mas, como localizar os efeitos do desligamento na psicose sem que tenhamos como consequência o apagão de significação no campo do Outro?
Devemos estar atentos ao modo como a fixação da libido se apresenta no sujeito e é o uso que ele faz do corpo que nos indica o que do desligamento não pôde ser reconectado pelo simbólico. Dito de outra maneira há algo do sintoma do sujeito ao qual ele se mantém muito aderido, muito ligado. Se, por um lado, há, na psicose não desencadeada, a presença do desligamento do laço, há, em compensação, um ligamento da pulsão. Trata-se de um ponto fixo irredutível do sintoma que se apresenta de forma muito nítida a partir do uso particular que o sujeito faz do corpo. Afinal, se houve desligamento do Outro, é no corpo que a pulsão retorna e é aí onde reconhecemos a faceta visível desse tipo específico de defesa na psicose.
Conforme trabalhamos no desenvolvimento desse trabalho, Freud utilizou o termo Abwendung no artigo "O mal estar na civilização" (1930) para dizer do afastamento como
forma de defesa contra o terrível mundo externo. Contudo, segue Freud, "os métodos mais interessantes de evitar o sofrimento são os que procuram influenciar nosso próprio organismo" (Freud, 1930/1974, p. 96), sendo que o mais grosseiro e mais eficaz de todos se dá pelo uso de tóxicos. Portanto, na clínica do desligamento, devemos notar a intensidade de certos usos que o sujeito faz do corpo para aplacar o sofrimento que é próprio do vínculo, dos laços afetivos.
Notamos, a partir dessas considerações finais, que, em Freud, o uso do termo Abwendung, quando não referido à libido narcísica, refere-se a dois pontos: a uma inibição característica da perturbação sexual ou a um método de extração de satisfação por meio de uma fuga do desprazer. Em todo caso, encontramos na raiz do desligamento um ponto de fixação que, se retirado do sujeito, pode lhe trazer muitos danos. Por isso, no manejo clínico com esses sujeitos, devemos ter cautela para não "forçar a relação", pois eles parecem encontrar uma mínima estabilidade quando se mantêm à margem do laço com o Outro.
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Recebido em: 17 de Agosto de 2015 Aceito em: 14 de Setembro de 2015
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